A “nova” esquerda recomeça a perseguição ao Cristianismo na Europa

Cristianofobia — Nesses últimos tempos, movimentos esquerdistas europeus estão radicalizando os ataques à Religião Católica e diretamente promovendo atos blasfemos contra Nosso Senhor Jesus Cristo
Cristianofobia — Nesses últimos tempos, movimentos esquerdistas europeus estão radicalizando os ataques à Religião Católica e diretamente promovendo atos blasfemos contra Nosso Senhor Jesus Cristo

Para quem conhece ou já tenha estudado a ideologia que rege a mentalidade das “esquerdas”, não é novidade o sentimento profundamente antirreligioso e, mais ainda, anticristão que carregam.

Porém, nos últimos anos as imagem e os ataques à religião eram mais ou menos indiretos, ou seja, disfarçados.

Mas as suas atitudes estão mudando, como evidenciam dois casos recentes, um na Espanha e outro em Portugal, dois países com fortes tradições católicas.

Com o desgaste total da antiga esquerda, seja na sua face dura comunista ou na sua face risonha socialista, começa a surgir uma espécie de “nova” esquerda, tão ou mais radical em seus princípios destrutivos.

A velha esquerda mais ou menos estacionou na implantação do que seria a primeira fase do sistema proposto por Karl Marx em seu livro O Capital, qual seja a ditadura do proletariado. Mas o fim último do plano marxista é a anarquia geral, onde o igualitarismo pleno reine soberano sobre toda a sociedade e todos os povos.

O que se pode sintetizar naquilo que o pensador católico Plinio Corrêa de Oliveira chamou quarta Revolução:

“Entretanto, antes de atingir o seu termo, esta Revolução materialista, ateia e igualitária, já se desdobra em uma quarta Revolução. Esta constitui um fenômeno complexo, que comporta a desagregação total do Estado, substituído por miríades de corpúsculos sociais largamente autogestionários, a abolição virtual da família e da propriedade individual, e a reforma do homem, o qual, freudianamente ‘libertado’ de todo freio, é chamado a viver dando livre curso aos seus instintos. Assim, uma sociedade não sacral, completamente igualitária e anárquica, é o grande objetivo para o qual tende o processo revolucionário.”(1)

Dentro deste contexto aparecem partidos na atualidade política europeia, como o Syriza na Grécia, o Podemos na Espanha e o BE (Bloco de Esquerda em Portugal).

Usando de indumentária propositadamente desleixada – por exemplo, os membros do Syriza recusam-se a usar a gravata –, mais do que um gosto individual ou nacional, refletem toda uma ideologia que pretende acabar com os restos de freios ainda existentes na sociedade. Sendo a gravata o derradeiro adorno (não utilitário) do traje masculino, eles demonstram com isso a vontade de eliminar os últimos freios que poderiam identificar um homem civilizado.

No campo político, além de um socialismo extremado, defendem a entrada ilimitada de imigrantes muçulmanos na Europa. Caso emblemático foi a recusa do Podemos em assinar o pacto “antijihadista” na Espanha…

Se voltarmos os olhos para além do Ocidente, não seria o chamado “Estado Islâmico” algo na linha de uma quarta Revolução?

Mas o que nos preocupa neste artigo é justamente a ofensiva antirreligiosa, especialmente na Península Ibérica.

No dia 27 de fevereiro, o Bloco de Esquerda divulgou um cartaz com o pretexto de comemorar a aprovação pelo Parlamento português da adoção de crianças por casais homossexuais. Nele aparece uma imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre fundo rosa-choque e a seguinte frase: “Jesus também tinha dois pais”. Ou seja, em um país com profundas raízes católicas e em pleno período da Quaresma, ousam proferir tamanha afronta. Também na Espanha, na bela cidade de Sevilha, a IU (Izquierda Unida) e o Podemos apresentaram ao Conselho Municipal um pedido para que o Arcebispo perca sua condição de autoridade pública e não seja mais convidado para qualquer cerimônia civil organizada pelo Conselho. Desejam ainda que nenhum prefeito participe de qualquer atividade com conotação religiosa, incluindo procissões, e que sejam rebatizadas as ruas com nomes de Santos. Tudo isso em nome do laicismo estatal. Ao mesmo tempo pediam a liberação de uma pseudo-procissão burlando da Religião católica, na qual seria carregada num andor nas ruas, durante a Semana Santa, uma representação em plástico do órgão sexual feminino.

Em nome de uma suposta “liberdade” religiosa, o que acontece? O catolicismo ridicularizado, escarnecido, posto numa espécie de gueto, enquanto atos de vilipêndio religioso são defendidos como direitos. Ou seja, a instauração da blasfêmia.

Nosso Senhor Jesus Cristo

Muitas pessoas ficaram profundamente chocadas. Enquanto em Sevilha centenas saíram às ruas [FOTO ACIMA], em Portugal algumas autoridades religiosas normalmente “conciliadoras” foram obrigadas pela reação geral a condenar o desrespeito à figura de Nosso Senhor!

A verdade nua e crua é que existe uma crescente e institucionalizada perseguição religiosa anticristã na Europa e em todo o mundo ocidental, cada vez mais audaz e insolente. Mas até aonde ela chegará? À guerra civil? Ao martírio dos que se mantiverem firmes na fé? Não o sabemos, mas sim sabemos que Deus será vitorioso! Portanto, não nos comportemos com a tristeza de cortesãos exilados fiéis a um Príncipe deposto. Nosso Deus é o Rei do universo e sempre o será. E com força confiante, além de suportar as adversidades, lutemos dentro do respeito às leis civis de cada país em defesa da Religião católica, a única verdadeira.

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  1. Um homem, uma obra, uma gesta – Parte II Primeira Seção, no 1.

http://www.pliniocorreadeoliveira.info/Gesta_0201_RCR.htm#.Vtdl6304HIU