Um preto, pobre e ex-escravo que é exemplo para nós

Mas a esquerda católica nunca fala dele. Por que essa discriminação?

Pierre Tousaint com sua esposa Juliette e a filha adotiva Euphemia, segundo reconstituição da pintura norte-americana contemporânea Marie-Antoinette.
Pierre Tousaint com sua esposa Juliette e a filha adotiva Euphemia, segundo reconstituição da pintura norte-americana contemporânea Marie-Antoinette.

É simples. A esquerda dita católica oculta com cuidado, com alta discriminação, tudo quanto possa desmentir sua querida e anticatólica tese de que as classes sociais se odeiam, a começar pelas mais pobres, que desejariam suprimir as mais ricas — as elites…

Pois eu gostaria de tratar não de um pobre, mas de um paupérrimo: Pierre Toussaint (1766 –1853). Ele foi escravo de uma família de nobres franceses católicos, proprietária de plantação de cana-de-açúcar em Saint Pierre (hoje Haiti). Toussaint viveu feliz, trabalhando na casa de seus donos, que o encorajaram a aprender a ler e escrever devido à sua inteligência e precocidade.

Surpreendente, não? A muitos, assim parece.

Quando o clima da Revolução Francesa atingiu o Haiti, ele se mudou com seus senhores para Nova York. Ali ele aprendeu a profissão de cabeleireiro, notabilizando-se a tal ponto que se tornou o preferido da elite local. Com o dinheiro proveniente desse ofício ele pôde sustentar sua dona, quando esta perdeu o marido e a fortuna.

É isso mesmo, leitor, esse ex-escravo ajudou a sustentar a sua ex-dona, quando esta empobreceu! Sem a menor retaliação de sua parte, mas com grande dedicação.

Toussaint casou-se aos 45 anos com uma escrava que resgatara. E morreu octogenário, sendo enterrado na igreja nova-iorquina de Saint Peter, que ele ajudara a construir e que frequentou durante 60 anos até a sua morte.

É venerável. Se forem retirados os véus que cobrem a sua figura, Pierre Toussaint poderá tornar-se um verdadeiro modelo para todo o mundo católico!

Um comentário para "Um preto, pobre e ex-escravo que é exemplo para nós"

  1. Nelson Fragelli   15 de março de 2015 at 22:44

    Felizmente o Venerável Pierre Tousaint não viveu sob a pastoral da CNBB. Nossos bispos o considerariam indigno de militar no MST ou no CIMI manipulando pobres indígenas.