VENEZUELA: Maria Corina, OEA, “longo braço” castrista e efeito bumerangue

A deputada Maria Corina agredida por deputados chavistas
A deputada opositora Maria Corina agredida por deputados chavistas

Na sexta-feira, 21 de março, a OEA (Organização dos Estados Americanos) proibiu a deputada venezuelana e líder opositora Maria Corina Machado, de falar nesse organismo sobre a situação da Venezuela. O episódio constituiu uma censura inimaginável, próprio de um “tribunal popular” castro-chavista-sandinista, marcou a OEA com um estigma indelével e passará à história como uma das páginas mais tristes e mais vergonhosas desse organismo interamericano.

Maria Corina resumiu a vergonha com um par de Twitters:

“O longo braço da censura que oprime a Venezuela chegou à OEA”.

“Impôs-se o poder de veto de Cuba na OEA, o único país do hemisfério que não faz parte da OEA”.

A deputada Maria Corina agredida por deputados chavistasA mencionada deputada opositora tem sido especial objeto da fúria do regime da Venezuela. Em abril de 2013, no Parlamento de seu país, legisladores chavistas a jogaram no chão e lhe pisotearam na cabeça [foto ao lado], enquanto o presidente do Parlamento e outros deputados chavistas riam-se e festejavam. Um deputado opositor captou as imagens da covarde agressão com um celular, e as difundiu pelo mundo inteiro.

Um editorial do jornal “La Nación” de Buenos Aires, de sábado 22 de março, denuncia que o “eixo chavista” que estaria dominando a OEA, é responsável pela operação mordaça de sexta-feira contra a deputada Maria Corina e contra representantes da oposição venezuelana que a acompanhavam. Segundo “La Nación”, esse “eixo chavista” no seio da OEA é composto por Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Equador, e recebeu o apoio decisivo dos governo da Argentina, Brasil e Uruguai.

Mais de dois milhões de toneladas de alimentos básicos, por um valor de 4 bilhões de dólares, serão enviadas este ano pelos governos da Argentina, Brasil, Uruguai e outros países da região, para aliviar a grande fome socialista na Venezuela e tratar de evitar o colapso do presidente Maduro. É o que reconheceu no sábado o ministro venezuelano da Alimentação, Félix Osorio, em declarações publicadas por “El Universal” de Caracas. A Argentina enviará 1 milhão 418 mil toneladas (844 mil toneladas no marco do Convênio Argentina-Venezuela e 574 mil toneladas através do Fundo Kirchner), o Brasil encaminhará 429 mil toneladas, o Uruguai fornecerá 115 mil toneladas, etc. O governo venezuelano anunciou que pagará pela comida importada diretamente aos governos, e não aos particulares.

Mediante a cumplicidade de tantos governos e organismos da região, o regime venezuelano goza de uma impunidade absoluta para violar os direitos mais elementares dos habitantes de seu país e para decidir o que a OEA tem que fazer ou não fazer. Na sexta-feira, segundo narra o mencionado editorial de “La Nación”, enquanto os guardas de segurança da OEA desalojavam os jornalistas e se suspendia a habitual transmissão pública das sessões, o embaixador venezuelano, Roy Chaderton Matos, exclamou sarcasticamente: “Fazemos isso por transparência”.

Afortunadamente, essa escandalosa impunidade parece estar começando a gerar um “efeito bumerangue” psicológico, mediante o qual as pessoas da América Latina, até ontem desinteressadas ante o horror da situação venezuelana, começam hoje a abrir seus olhos e a despertar de uma misteriosa letargia anestésica.

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(*) Oferece-se aos interessados uma seleção das notícias de ontem e hoje sobre a Venezuela, citadas neste editorial, em formato Word. As notícias não estão diagramadas, mas em todas elas consta o link da respectiva fonte. Editoriais recentes sobre a Venezuela podem ser lidas no web site www.cubdest.org

Apontamentos de Destaque Internacional (texto interativo, pode-se reproduzir livremente, inclusive sem citar a fonte). Responsável: Javier González. Envie sua valiosa opinião, sugestão, pedido de remoção, etc., para destaque2016@gmail.com (por favor, difunda este editorial o máximo possível, em suas redes sociais, se concorda com seu conteúdo).

Nota da tradutora:

Leiam também a cobertura da visita de María Corina Machado à OEA feita pelo blog Notalatina. (http://notalatina.blogspot.com.br/2014/03/maria-corina-machado-na-oea.html ).

Tradução: Graça Salgueiro

 

Um comentário para "VENEZUELA: Maria Corina, OEA, “longo braço” castrista e efeito bumerangue"

  1. Paulo Roberto Campos   25 de março de 2014 at 5:28

    Com relação à notícia acima, sobre a Deputada venezuelana Maria Corina:

    Ontem (24-3-14), por ordem do castro-chavista ditador Nicolás Maduro, a deputada de oposição Maria Corina teve seu mandato cassado e proibida de entrar na Assembleia Nacional da Venezuela. Isto sem nenhuma razão constitucional, de modo completamente ditatorial.

    O deputado castro-chavista Diosdado Cabello, que lidera a maioria governista da Assembleia Nacional, acusou a Deputada Corina “traição à pátria”… Até este ponto chegou a pobre Venezuela: quem participa de manifestações contra o governo é… TRAIDOR DA PÁTRIA e pode ser encarcerado… E acrescentou: “Ela não tem mais imunidade parlamentar, pode ser detida a qualquer momento sem prévia notificação de ninguém”.

    TUDO EXATAMENTE COMO NOS IDOS TEMPOS DO REGIME COMUNISTA DA URSS E COMO NOS PRESENTES DIAS NA DITADURA CUBANA!