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Blog da Família: Corpus Christi em Orvieto e o “Milagre de Bolsena” (blogdafamiliacatolica.blogspot.com)
Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Sagrada Eucaristia na Quinta-feira Santa, durante a Santa Ceia. Como o dia está cercado pelo luto da Paixão, pois o pensamento da morte de Nosso Senhor domina os magnos dias da Semana Santa, não se poderia celebrar nessa data, de modo condizente, o júbilo da instituição da Sagrada Eucaristia. Por isso a Igreja instituiu um dia especial para essa festa, que ocorre logo depois de Pentecostes. Assim, repletos das graças da alegria do Espírito Santo, podemos celebrá-la com toda a pompa.
A festa de Corpus Christi — festa do Corpo Sagrado de Jesus Cristo — é o único dia consagrado a honrar tão somente a adorável Pessoa, sua presença viva entre nós. Enquanto as outras festas litúrgicas celebram algum mistério da vida do Salvador, esta diz respeito à Pessoa de Nosso Senhor, vivo e presente entre nós. E por isso ela é comemorada de modo particular.
São Pedro Julião Eymard, o grande apóstolo do Santíssimo Sacramento, em sua obra Temas de Adoração afirma: “Não se expõem neste dia relíquias, ou emblemas de tempos idos, mas o próprio objeto da festa, que é um objeto vivo”.
“Existe entre Jesus vivendo no Sacramento, e nós no mundo, uma relação de vida, uma relação de corpo a corpo. É porque esta festa não se chama simplesmente a festa de Nosso Senhor, mas a festa do Corpo de Nosso Senhor. Por esse Corpo, n’Ele tocamos. Por esse Corpo, tornou-se nosso alimento, nosso irmão, nosso hóspede.
Festa do Corpo de Jesus Cristo! Quanto amor envolve tal nome, por ser humilde e proporcionado à nossa miséria. Nosso Senhor desejou esta festa para se aproximar cada vez mais de nós. Não deseja o pai ver o filho celebrar-lhe o aniversário por lhe dar ocasião de provar com maior vivacidade seu amor paternal e lhe poder conceder algum favor particular?
Seja esta festa toda de alegria, e ser-nos-ão concedidos insignes favores”
A festa de Corpus Christi está intimamente ligada ao empenho que a Santa Igreja e seus santos sempre tiveram para levar os fiéis à devoção ao Santíssimo Sacramento. Pode-se mesmo dizer que essa comemoração constitui o ponto culminante da devoção eucarística pregada pela Santa Igreja.
É a proclamação sempre renovada do dogma da Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia.
É ainda São Pedro Julião Eymard que observa: “Vede como o povo, nos países onde Deus goza de liberdade, proclama sua presença e prostra-se à sua passagem, enquanto os próprios ímpios, temerosos, inclinam-se”.
O culto a Nosso Senhor Jesus Cristo Sacramentado e a devoção á Santíssima Virgem constituem características marcantes da Religião Católica. Por este motivo, os santos sempre se empenharam na sua difusão. Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja e fervoroso devoto de Nossa Senhora, escreveu essas admiráveis palavras a respeito da Eucaristia:
“Nosso bom Salvador, antes de deixar a Terra, depois de ter cumprido pela Sua morte a obra de nossa Redenção, não quis deixar-nos sós neste vale de lágrimas. Nenhuma língua — dizia São Pedro de Alcântara — pode exprimir a grandeza do amor que Jesus dedica a todas as almas: no fim de sua vida, temendo que seu afastamento no-lo fizesse esquecer, este terno Esposo de nossas almas nos deixou por lembrança o Santíssimo Sacramento, onde reside em pessoa, porque não quis que houvesse entre Ele e nós, para conservar Sua memória sempre viva, outro penhor senão Ele mesmo”.
(“As mais belas orações de Santo Afonso”, Pe. Saint-Omer, C.SS.R, Ed. Vozes, Petrópolis, 1961, pp. 408-409).