Falecido em 31 de janeiro de 1888, celebra-se, neste dia 31 de janeiro de 2018, 130 anos do passamento à vida eterna do grande São João Bosco. Em memória desse veneradíssimo Apóstolo da juventude, reproduzimos a seguir um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado no “Legionário” de 30 de janeiro de 1938.
Plinio Corrêa de Oliveira
Quando o mundo se afasta da Igreja, cai inevitavelmente nos erros mais grosseiros da inteligência, levado pela dissolução dos seus costumes. De fato, os maiores erros da humanidade provieram não da verdadeira ciência, mas dos pecados dos cientistas, que, deturpando suas inteligências, os conduziram ao erro, quer insensivelmente, quer propositalmente, como meio de desculpar as suas faltas.
É por isso que costuma aparecer livros e teorias pretendendo constituir a moral independente de Deus, muitas vezes mascarando-a com o endeusamento da vontade. Ora, a vontade é verdadeiramente maravilhosa, e reforma verdadeiramente o homem quando coopera com a graça divina, porém é absolutamente impotente quando a despreza.
O homem verdadeiramente honesto é o católico verdadeiro, pois são tantas as paixões que procuram desviá-lo do cumprimento do dever, que é impossível observar todas as suas obrigações, sem a recepção frequente dos sacramentos.
E só o católico verdadeiro, que recebe frequentemente os Sacramentos e corresponde fielmente à graça de Deus com inquebrantável força de vontade, consegue cumprir escrupulosamente os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
São João Bosco nos revela o quanto pode a graça, quando de nossa parte correspondemos fielmente a ela. Dotado de grande força de vontade, desde pequeno alimentava o desejo de ser padre, embora a extrema miséria de sua família e a oposição do irmão levantassem uma barreira que pareceria intransponível a quem confiasse apenas em suas próprias forças.
São João Bosco, no entanto, tinha toda confiança em Nosso Senhor Jesus Cristo, e tudo suportou para corresponder à vocação que possuía pelo sacerdócio.
Depois de ordenado, São João Bosco resolveu dedicar-se inteiramente às crianças abandonadas, reunindo-as determinados dias em “oratórios” como ele designava essas reuniões infantis, para rezarem, divertirem-se em brinquedos honestos e aprenderem o catecismo.
Por suas crianças, São João Bosco de tudo era capaz. Tanto afrontava os poderosos da época, em geral inimigos da Igreja, como esforçava-se em aprender os malabarismos de um artista de circo que com sua arte desviava os meninos do seu “oratório”.
Dentro em pouco, tão numerosas eram as crianças que corriam aos “oratórios”, que São João Bosco concebeu a ideia da fundação de uma nova Sociedade religiosa que se dedicasse exclusivamente à educação da juventude. Animado pelo Bem-aventurado (hoje Santo, n.d.c.) José Cafasso e pelo Papa Pio IX fundou a “Pia Sociedade de São Francisco de Salles” e o “Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora”.