1. O Papa Francisco, em suas viagens a Cuba (setembro/2015 e fevereiro/ 2016), e na realizada ao México (também neste mesmo mês), parece ter empregado dois pesos e duas medidas para avaliar as situações políticas, religiosas e sociais nos dois países. [à esq. em Cuba com o ditador Raul Castro; à dir. no México com o presidente Enrique Peña Nieto].
2. A respeito, é suficiente comparar, ainda que brevemente, suas atitudes nos quatro seguintes níveis: ante os respectivos líderes políticos e religiosos, os trabalhadores e os prisioneiros.
* Com os ditadores cubanos, o Pontífice manteve as maiores amabilidades e fez os maiores elogios, como foi analisado em vários editoriais de “Destaque Internacional” — que podem ser lidos no site www.cubdest.org. Com os líderes políticos mexicanos, no entanto, manifestou frieza e censura, direta ou indiretamente. Em seu último discurso no México, ele chegou a se referir a Nínive, “uma grande cidade que estava se autodestruindo, fruto da opressão e da degradação, da violência e da injustiça.” Por mais que esses adjetivos possam ser aplicados a aspectos importantes da vida da sociedade mexicana, esse país pelo menos possui um sistema democrático, onde se respeita a propriedade privada e a livre iniciativa, a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, a liberdade de circulação etc. Em Cuba, pelo contrário, a autodestruição, a opressão, a violência e a injustiça que havia em Nínive, são intrínsecas a uma sociedade comunista; e não existe nenhuma das liberdades mencionadas que vigoram no México, porque se encarregou de sufocá-las um poder central omnímodo a serviço de uma ideologia intrinsecamente perversa.
* Na ilha-prisão, o Pontífice elogiou e solidarizou-se com os bispos católicos cubanos que, como se sabe, têm uma lamentável trajetória de colaboração com o regime castrista. No México, pelo contrário, ele chegou a fazer críticas públicas àqueles que denominou “bispos de Estado”, devido a sua aproximação com o governo.
* Em Cuba, inexplicavelmente, ele deixou os prisioneiros à espera, especialmente os presos políticos e de consciência, o que criou profunda dor e consternação. No México, em sentido contrário, ele visitou uma prisão e cumprimentou presidiários e presidiárias.
* Na ilha-cárcere não disse nenhuma palavra, sequer tangencialmente, sobre o trabalho escravo e a miséria social, que são frutos intrínsecos do sistema comunista. No México, em sentido oposto, em reunião com empresários, condenou severamente a “escravidão” e censurou duramente, pela enésima vez, os sistemas econômicos baseados na propriedade privada.
* Especialmente simbólico foi o episódio de sua repreensão, com uma violência verbal sem precedentes em um Pontífice, dirigida a um jovem que, certamente de modo imprudente, ansioso em cumprimentá-lo, puxou seu braço. Mas além da censurável atitude juvenil, chamou a atenção, e inclusive causou espanto em muitos, a desproporcionada reação papal contra o jovem mexicano [foto]. Francisco, enquanto gesticulava e pronunciava suas palavras de censura, parecia descontrolado. O jovem imprudente foi esmagado e estigmatizado pelo Papa Francisco talvez para o resto de sua vida por um ato juvenil irrefletido, enquanto os líderes comunistas cubanos, que pisoteiam voluntária e sistematicamente os valores católicos, somente ganharam sorrisos e elogios.
3. Os dois pesos e duas medidas de Francisco em Cuba e no México constituíram novos exemplos de lamentáveis conotações políticas de seu pontificado.
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Artigos relacionados:
“Incomprensibles elogios de Francisco a Cuba comunista”
http://www.cubdest.org/1606/c1602cubaunid.htm
“Encuentro Francisco – Kirill: preocupantes dimensiones políticas”
http://www.cubdest.org/1606/c1602kirill.htm
“Francisco y Cuba comunista: 15 artículos”
http://www.cubdest.org/1606/c1601francisco15arts.htm
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(*) Notas de “Destaque Internacional” — uma visão “politicamente incorreta” feita a partir da América do Sul. Documento de trabalho (Sábado, 20 de fevereiro de 2016). Este texto, traduzido do original espanhol por Paulo Roberto Campos, pode ser divulgado livremente.
As fotos dizem tudo: sorriso para Castro e distância para o pres. mexicano.
Não consigo entender: porque razão representantes da Igreja Catolica e desta vez o Sumpremo Hierarca defendendo uma Ilha Cárcere que ainda em nossos dias persegue os descontentes, aprisiona e silenca. Quem vai entender isso?…
CostaMarques
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dEUS VAI VOMITÁ-LO PORQUE JÁ MOSTROU QUE TEM LAÇOS COM O COMUNISMO.iNFELIZMENTE DEVEMOS OBEDECÊ-LO MAS DEFENDER APOIO AOS QUE ESCRAVIZAM NUNCA.vAMOS JEJUAR, REZAR PELO PAPA para agir como pai que não descrimina ninguém.