Pequim relança o comunismo, conversões aumentam no Ocidente

A imagem que o Ocidente apresenta hoje é a de um mundo secularizado e decadente, desprovido de fé e de certezas. Na convicção dessa fraqueza, os inimigos do Ocidente baseiam suas ambições ideológicas e expansionistas.

A cúpula de Pequim em 2 de setembro não foi uma simples reunião diplomática, mas uma verdadeira etapa ideológica, na qual o ditador chinês e seus vassalos, começando por Vladimir Putin, ameaçaram o Ocidente no contexto de um gigantesco desfile militar. Xi Jiping usava a mesma jaqueta cinza que Mao Zedong considerava um símbolo da Revolução Chinesa e os retratos, slogans, referências ao pensamento de Mao lembram ao mundo que a China não pretende se apresentar apenas como uma potência econômica, mas também como um modelo político alternativo ao Ocidente. O comunismo, na versão pós-maoísta de Xi Jiping e na versão pós-stalinista de Putin, mostra que o comunismo, longe de ser um resquício do passado, agora está sendo usado como a bandeira de uma nova hegemonia mundial.

Don Stefano Caprio, no “Asia News”, documentou recentemente que durante os 25 anos de Putin no poder, 213 novos monumentos a Stalin foram erguidos, juntamente com centenas de iniciativas comemorativas. “O futuro será como o passado, e o passado foi maravilhoso“, proclamou Putin (https://www.asianews.it/news-en/Stalin’s-resurrection-in-Putin’s-Russia-63859.html).

É então o comunismo que ressurge, enquanto o cristianismo morre? Não é assim.

Os dados mais recentes de países secularizados, como Estados Unidos, França e Reino Unido, mostram um quadro surpreendentemente diferente: as conversões ao catolicismo estão crescendo significativamente, tanto que, em alguns casos, marcam uma verdadeira reversão da tendência histórica.

Pela primeira vez desde 2000, mais pessoas entram na Igreja Católica americana do que saem. Uma pesquisa conduzida por Shane Schaetzel, cruzando dados do Pew Research Center, do CARA (Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado) e das estatísticas do Vaticano, revela que o número de conversões de adultos, que havia caído para 70.000 em 2020, agora está se recuperando rapidamente: quase 160.000 novos católicos adultos (https://thecatholicherald.com/article/more-americans-joining-catholic-church-than-leaving-for-first-time-in-decades) são esperados até 2025.

O ponto de virada é ainda mais significativo se considerarmos que não estamos falando de imigrantes que já são católicos, mas de americanos que escolhem livremente abraçar a fé. Ao mesmo tempo, o número de desistências caiu de 2020 até o momento, permitindo um saldo positivo pela primeira vez em vinte anos. Por outro lado, a taxa de natalidade doméstica continua em declínio (os batismos de recém-nascidos caíram pela metade em comparação com 2000), mas a vitalidade do catolicismo americano parece estar encontrando um novo ímpeto nas conversões de adultos.

Mas é sobretudo a situação francesa que chama a atenção por sua radicalidade (https://www.catholicworldreport.com/2025/04/12/record-number-of-adult-baptisms-in-france-shows-surge-among-youth/). Na Páscoa de 2025, a Igreja Católica acolheu 10.384 catecúmenos adultosum aumento de 45% em relação a 2024, o número mais alto desde que a Conferência Episcopal Francesa começou a coletar estatísticas. Ainda mais impressionante é a dinâmica geracional: o maior grupo é o de jovens entre 18 e 25 anos (42%), que ultrapassaram pela primeira vez os 26-40 anos.

Ao mesmo tempo, mais de 7.400 adolescentes (11-17 anos) estão se preparando para o batismo, com um crescimento de 33% em um ano. Muitas são histórias de adultos de famílias não cristãs ou sem qualquer tradição religiosa, e o número de convertidos do Islã é surpreendente. Todos os anos, entre 300 e 400 muçulmanos recebem o batismo católico, muitas vezes à custa de grandes dificuldades pessoais.

Se em 2015 havia cerca de 3.900 adultos batizados, hoje eles quase triplicaram, registrando um crescimento de 160% em dez anos. Para a França secularizada, este é um fato surpreendente e questionador.

No Reino Unido também há um aumento inesperado, com jovens na primeira fila, Somente na diocese de Westminster, 500 adultos foram acolhidos em 2025, metade dos quais eram catecúmenos não batizados: um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Em Southwark, a outra grande diocese de Londres, os números atingiram um recorde de dez anos, com 450 adultos recebidos na Páscoa. Em todo o país, os testemunhos recolhidos indicam uma presença crescente de jovens atraídos pela fé católica https://catholicvote.org/polls-suggest-uk-young-adults-belief-in-a-higher-power-is-rising/

Um estudo recente da Sociedade Bíblica, intitulado The Quiet Revival, relata que, de 2018 a 2024, a frequência à igreja no Reino Unido aumentou 55%. Entre os jovens de 18 a 24 anos que participam regularmente do culto, 41% se identificam como católicos, agora superando os anglicanos.

As três realidades, a americana, a francesa e a inglesa, têm traços diferentes, mas convergem em um ponto: depois de décadas de declínio, o catolicismo está mais uma vez conquistando corações e consciências, especialmente entre os jovens adultos. Na fé católica, eles procuram aquela beleza da liturgia e aquela solidez da doutrina de que o nosso tempo é privado.

Em uma era de secularização e declínio da prática religiosa, essas novas conversões não mudam por si mesmas o cenário numérico geral, mas oferecem um forte sinal: o catolicismo continua a exercer uma atração espiritual, cultural e existencial, especialmente quando é apresentado em sua forma tradicional. A era de Leão XIV começa sob esses auspícios.

Deve-se acrescentar que um dos países com a menor taxa de conversão é a Rússia, onde os católicos não excedem um por cento. No entanto, em 1917, em Fátima, Nossa Senhora profetizou precisamente a conversão da Rússia e o triunfo final de seu Imaculado Coração, que não será o triunfo da religião ortodoxa cismática, mas o retorno àquela fé católica integral, que a Rússia conheceu na época de sua conversão, entre os séculos X e XII, quando o estado de Kiev se estendia do Báltico ao Mar Negro, até os Cárpatos, permanecendo integrados ao cristianismo ocidental, sob a autoridade suprema do pontífice romano.

A promessa de Nossa Senhora é uma certeza que nos vem do Céu, porque se Deus anuncia, Deus cumpre. As conversões do Ocidente parecem ser uma antecipação dessa promessa. O futuro não pertence ao comunismo, mas à Igreja de Cristo.