♦ Plinio Corrêa de Oliveira
Qualifico de fabulosa esta capela do castelo de Karlstein, próximo à cidade de Praga, construído em 1348 por Carlos IV, Imperador do Sacro Império Romano Alemão e Rei da antiga Boêmia. É de um gênero que aprecio muito, com aparência de capela, recinto de uso social e também sala de armas. Pode-se perfeitamente entoar nela o cantochão e rezar o Ofício. Um órgão, sendo tocado aqui, ficaria muito bem. Trombetas, sinos…
A união da gravidade com o ornato está perfeitamente realizada. As pedras das paredes não são lapidadas; adquirem assim um quê de primitivo lembrando algo da invasão bárbara. Comparando-se outras obras muito admiradas com o que se vê nesta maravilha, as outras ficam bastante apequenadas. Por exemplo, a Escola de Equitação de Viena, com sua arte de transformar cavalos em bibelôs. Tudo quanto tende ao bibelô fica superado.
Três fileiras de quadros mostram sucessivamente santos, bispos, e, na última, guerreiros ou imperadores com seus escudos. Os personagens dos quadros parecem fixados em algo ainda mais alto, na própria fábula, vivendo num céu superior a esse ambiente. Ou seja, amados por Deus, fixados por toda a eternidade no brilho da História, admirados pelos homens e na bem-aventurança diante de Deus.
Homens que tivessem o espírito consoante com o desta capela jamais teriam contemporizado com o protestantismo ou se deixado esmagar pela Revolução Francesa. Jamais!
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 15 de abril de 1979. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.