
- Plinio Corrêa de Oliveira
Maria Antonieta era tão delicada, tão fina, tão formosa, que a simples presença dela comunicava beleza a tudo.
Uma Rainha deve saber fazer-se admirar. Ela dá aos seus súditos a ocasião deste ato de virtude específico e magnífico que é a admiração.

Ela tem a missão de ser como Stella Matutina, uma estrela matutina que quando aparece cintila. Também deve ter uma luz fulgurante, o que é uma forma especial e mais fascinante de brilho.
A Arquiduquesa d’Áustria Maria Antonieta não era só muito bonita, mas possuía uma alma bonita de se contemplar, cheia de vida e alegria — uma alegria séria, dentro de muita elegância, distinção, leveza e superioridade.
Mas tudo isso dentro de uma ascese contínua. Não se é assim na preguiça, agindo de qualquer jeito. Não é fácil, por exemplo, entrar numa sala quase em passo de minueto, com todo o esplendor de uma estrela. Não agir desse modo seria fácil, mas muito vulgar.

Filha do imperador por excelência — o imperador da Casa d’Áustria —, e Rainha da nação primogênita da Igreja, ela sofreu as piores calúnias, teve que caminhar entre feras, hienas e serpentes, antes de ser guilhotinada na Revolução Francesa. Ela caminhou com confiança na Providência, que lhe pediu um ato de fé. Teve de confiar em Deus, que tinha os olhos postos nela. Confiar que Deus lhe permitia aquele sofrimento, mas que a amava e a guiava até a extrema imolação.
Podemos imaginar a placidez da Rainha e o ato de confiança que ela deve ter feito a Ele naquele momento. Isto deve ter cintilado no Céu mais do que cintilava quando ela entrava num dos salões de bailes do palácio de Versailles. A estrela matutina havia se transformado no símbolo da dor.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 19 de agosto de 1994. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.