CHOCOLATE DOCE OU AMARGO NA COP 30?

  • Evaristo de Miranda

Chocolate é tudo de bom. 7 de julho é o Dia Mundial do Chocolate. A data é celebrada para marcar a introdução do chocolate na Europa em 1550. Na base de todos os chocolates estão as amêndoas de cacau, torradas e moídas. Do cacaueiro, além da amêndoa, se utiliza a polpa para produzir sorvetes, sucos, geleias e até destilados.

O Pará disputa com a Bahia a liderança da produção de cacau. E nos dois, o valor da produção passou 2 bilhões de reais em 2024. No Pará, a produção concentra-se na Transamazônica, tendo Medicilândia como centro.

Entre os municípios produtores estão Altamira, Brasil Novo, Uruará, Aveiro, Anapu, Vitoria do Xingu, Placas e Novo Repartimento. Esse cacau, obra de pequenos agricultores, é um cultivo ESG, reconhecido por sua qualidade e premiado com Cocoa of Excellence Awards da Holanda.

No final de junho, Altamira recebeu a 4ª. edição do Festival Internacional do Cacau e Chocolate: 140 expositores, 200 marcas e milhares de visitas! Nos quatro dias de evento, Altamira mostrou a força da cacauicultura, dos pequenos agricultores e empreendedores da Transamazônica e do Xingu.

No Brasil, o cacau vive uma sucessão de tempos difíceis. No final do século passado foi vitimado pelo bioterrorismo na Bahia. Aloprados canhestros foram buscar em Rondônia e introduziram, militantemente, a doença da vassoura de bruxa na região para destruir o império dos “barões do cacau”. Há pouco surgiu no Amazonas uma praga devastadora, a monilíase. Todo cuidado sanitário é pouco. Sua introdução no Pará seria um desastre.

Agora, chegam imagens tristes e notícias de agentes do IBAMA e ICMBio, em seu afã de desantropizar a Amazônia, cortando na base, com motosserra, árvores de cacau em plena produção, nas lavouras de pequenos agricultores. As motosserras, em mãos da truculência, também derrubam casas e pequenos currais. No mesmo município de Altamira e alhures.

Ações de confisco e destruição de bens e desrespeito aos direitos humanos contra famílias rurais se estendem do Acre ao Pará, neste ano de forma mais intensa, talvez com vistas à COP 30. A truculência crônica do ambientalismo se tornou aguda e assumiu ares de crueldade.

Devidamente registrado, esse rosário de imagens, vídeos e testemunhos será desfiado na COP 30 por muita gente, em vários locais.

A deusa Ceres espera do agro brasileiro, de suas organizações e dos autorrevestidos de ESG, ações vigorosas e não pedreiras de omissão ou censura. Basta de laudiceus! “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3,16).

A COP 30 será uma excelente ocasião para o mundo conhecer como tratam os pequenos agricultores e a população pobre da Amazônia.

Qual é o posicionamento de todos em face desse crescente eugenismo ambientalista, talvez promovido por um consórcio ou eixo do mal?