Evaristo de Miranda
Nunca na história deste país, as altas autoridades dos três poderes da Ré-pública pisaram tanto em ovos. E ovos não faltam ao Brasil. A cada ano, a produção cresce. De acordo com as projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção brasileira atingirá cerca de 62 bilhões de unidades em 2025, um número 7,5% superior ao de 2024.
As exportações chegarão até 40 mil toneladas em 2025, um crescimento de 117% em relação a 2024. E alcançarão cerca de 2% da produção nacional. O maior importador de ovos brasileiros são os EUA: 19 mil toneladas nos sete primeiros meses de 2025 ou 63% das 30 mil toneladas exportadas.
A alta demanda norte-americana deve-se à escassez de oferta na produção local, dada a mortandade de galinhas poedeiras causada pela gripe aviária desde 2022. Com o “tarifaço” de 50% inviabilizando as exportações brasileiras, a recomposição do plantel de galinhas poedeiras e a ausência de negociações bilaterais, essa situação mudará.
No Brasil, o consumo per capita foi 269 ovos por habitante em 2024 e deverá crescer para 288 unidades em 2025 (+7,1%). Outras estimativas projetam um consumo superior a 300 unidades. O Brasil situa-se na sétima posição entre os 10 maiores consumidores per capita de ovos do mundo, pelos dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO).
Para um tamanho médio de ovo (50g), o consumo atual de 288 unidades por habitante representa ingerir 14,4 kg por ano de proteína animal de muita qualidade. Mesmo quem não gosta de ovos in natura, os consome em sorvetes, bolos, massas, pães, biscoitos, maioneses, doces etc.
A soma do consumo médio de ovos com o de carne de frango ultrapassa 60 kg por habitante/ano e ilustra a relevância dos galináceos na alimentação dos brasileiros. Para isso, é necessário uma complexa e eficiente cadeia de produção de milho, soja e rações; genética avícola; instalações adequadas; cuidados com sanidade e conforto animal e um grande sistema de logística, frigoríficos, indústrias de alimentos e reciclagem animal e distribuição.
Empresas brasileiras do setor de ovos crescem e tornam-se globais, adquirindo outras granjas nos EUA e Europa. O Brasil é cada vez mais um ator global no mercado mundial de ovos.
A produção brasileira (ou das galinhas poedeiras) é de 1970 ovos por segundo. Só durante o tempo de sua leitura deste texto, nossas galinhas já botaram 236.000 ovos. Haja ovos!