“EU ME VINGAREI”

Neste dia 4 de setembro a Igreja celebra Moisés (significado: “retirado das águas”), Patriarca, Profeta e legislador (1250 anos a.C.). A respeito, seguem alguns pensamentos:

Profecia de Moisés sobre o Messias

Após o espetacular extermínio dos habitantes do país de Moab e de Madian — executado por ordem de Deus, através de Moisés —, o profeta convocou todo povo hebreu para lhe dar seus últimos conselhos, pois em breve seria levado deste mundo.

Disse Moisés:

“O Senhor teu Deus te suscitará um profeta, como eu, da tua nação, e dentre teus irmãos, ouvi-lo-ás, como o pediste ao Senhor teu Deus em Horeb [monte Sinai]. E o Senhor disse-me: Eu lhe suscitarei do meio de seus irmãos um profeta semelhante a ti; e porei na sua boca as minhas palavras. Mas o que não quiser ouvir as palavras que ele disser em meu nome, eu me vingarei dele” (Deuteronômio 18, 15 a 19).

O Pe. René-François Rohrbacher (1789-1856) comenta:


“Este profeta, como Moisés, […] é o Filho de Homem, a quem Moisés e Elias prestarão homenagem no Tabor, e de quem o Eterno disse: ‘Eis meu Filho bem-amado, ouvi-O. E, por não O ter querido ouvir, os judeus são atingidos há dezoito séculos pela vingança divina'” (Padre Rohrbacher, Histoire Universelle de [‘Eglise Catholique, Gaume Freres, Paris, 1842, tomo I, p. 492).

Discutindo com os judeus, em Jerusalém, Nosso Senhor disse-lhes:

“Não julgueis que vos hei de acusar diante do Pai; há quem vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. Pois se crêsseis em Moisés, certamente creríeis em mim, porque ele escreveu a meu respeito. Mas, se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis nas minhas palavras?” (São João 5, 45-47).

Moisés acrescentou:

“E recordar-te-ás de todo o caminho por onde o Senhor teu Deus te conduziu pelo deserto durante quarenta anos, para te castigar, e para te provar, e para que tomasse manifesto o que estava dentro de teu coração, se guardarás ou não os seus mandamentos. Afligiu-te com a fome, e deu-te por sustento o maná, que tu desconhecias e teus pais, para te mostrar que o homem não vive só de pão mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Deuteronômio 8, 2-3).

O Senhor “vos conduziu quarenta anos pelo deserto; os vossos vestidos não se romperam, nem os sapatos dos vossos pés se gastaram com a velhice” (Deuteronômio 29, 5).

“Se não guardardes e não puseres em prática todas as palavras desta lei, e não temeres o seu nome glorioso e terrível, isto é, o Senhor teu Deus, o Senhor aumentará as tuas pragas e as pragas da tua descendência. Além disso, o Senhor enviará sobre ti, até te destruir, todas as enfermidades e pragas, que não estão escritas no livro desta lei; e ficareis em pequeno número, vós que antes, pela multidão, éreis como as estrelas do céu, porque não ouviste a voz do Senhor teu Deus.

“O Senhor te dispersará entre todos os povos desde uma extremidade da terra até à outra. Também não terás repouso entre estes povos, nem a planta do teu pé terá descanso, porque o Senhor te dará ali um coração medroso, e uns olhos lânguidos, e uma alma consumida de tristeza” (Deuteronômio 28, 58 a 65).

Quanto às nações que encontrardes “na terra de que vais tomar posse, tu as combaterás até ao extermínio. Não farás aliança com elas, nem as tratarás com compaixão, nem contrairás com elas matrimônios” (Deuteronômio 7, 1 a 3).