
No sesquicentenário de seu martírio, considerações da heroicidade das virtudes de um modelo perfeito de um Presidente de República
Fonte: Editorial da Revista Catolicismo, Nº 897, Setembro/2025
Antes de ler o parágrafo abaixo, dileto leitor, procure responder à seguinte pergunta: quem foi a pessoa mais influente do século XIX?
Como nós, acho que muitos ficarão na dúvida.
O jornal parisiense “Le Figaro” organizou em 1900 uma pesquisa — patrocinada por equatorianos — a fim de se eleger o mais influente homem do século que acabara de expirar. O ex-presidente do Equador, Gabriel Garcia Moreno (1821-1875), foi o escolhido! Superando outros líderes famosos da centúria, como Bismarck, Lincoln, Simón Bolívar etc. Para marcar este fato, afixou-se uma placa comemorativa com os dizeres: “Presidente Gabriel Garcia Moreno, o maior homem do mundo em seu século. Pesquisa feita em Paris. Ano 1900”.
Mesmo sendo uma pesquisa patrocinada por admiradores do ex-presidente equatoriano, não deixa de ser sintomática a alta consideração de que ele foi objeto.

Em qualquer caso, tratou-se de uma muito justa homenagem, pois Garcia Moreno reergueu seu país, então na pobreza e no caos, a um alto patamar, tanto do ponto de vista moral e dos bons costumes, quanto da prosperidade material. Ele conseguiu realizar a união entre a Igreja e o Estado, num século em que as correntes revolucionárias trabalhavam para a separação.
Donde o ódio visceral que se abateu sobre ele, em particular da parte de movimentos de seitas anticlericais, culminando com o seu cruel assassinato.
Num momento crucial de sua vida, sendo caluniado e padecendo pressões quase insuportáveis de seus inimigos, ele escreveu ao Papa Pio IX dizendo que, apesar das pressões, mantinha toda fidelidade à Santa Sé: “Peço a sua bênção, Santíssimo Padre, tendo sido, sem mérito algum, reeleito para governar esta República Católica por mais seis anos… Tenho mais necessidade do que nunca da proteção divina, para viver e morrer em defesa de nossa santa religião e desta amada República que Deus ainda me chama a governar.”
Quais foram os grandes feitos de Don Gabriel Garcia Moreno que justificam a mencionada homenagem? Mais ainda. Que justificam os títulos de herói e mártir da Fé Católica, de modelo perfeito de um Chefe de Estado e de ter constituído a “República do Sagrado Coração de Jesus”? É o que nossos leitores poderão ver na matéria de capa da edição deste mês da revista Catolicismo, comemorativa do sesquicentenário de seu martírio.
Peçamos a Deus que faça surgir no Brasil outro Garcia Moreno… Certamente, este também será odiado e receberá igualmente a palma do martírio, mas de seu sangue poderá nascer algo que fará ressurgir um Brasil livre do caos atual, um Brasil verdadeiramente digno do nome “Terra de Santa Cruz”!