A Basílica de São João de Latrão e o Arco do Triunfo

O açodamento da vida moderna dificulta a boa compreensão dos monumentos históricos

  • Plinio Corrêa de Oliveira

A primeira foto apresenta a Basílica de São João de Latrão na sua dignidade e distinção de rainha autêntica, mas muito materna. Ao seu lado correm motocicletas e automóveis, com seus ruídos de motores a explosão, corre o formigar de vida moderna. Europeus e turistas do mundo inteiro passam por ali, mas pensando em outras coisas, e não dão o verdadeiro valor à Basílica, que não é tão visitada como merece.

Ela causa a impressão de uma rainha em toda sua majestade e dignidade. Mas não é bem compreendida, pois as pessoas modernas não têm pressupostos para entendê-la, não têm olhos para ver, ouvidos para ouvir, e sobretudo intelecto para entender a majestade do monumento.

No corre-corre da Europa nova as pessoas não mais compreendem a alma da Europa velha. Muitos turistas vão visitar seus belos monumentos, mas admiram mais as novidades do mundo moderno e da técnica.

Na linha “Ambientes e Costumes”, podemos confrontar a Basílica de São João de Latrão com o Arco do Triunfo, em Paris [segunda foto]. É um monumento neoclássico, erigido para celebrar vitórias de Napoleão Bonaparte, portanto estampa uma carranca napoleônica, mas incontestavelmente tem seu mérito.

Situado bem no centro de avenidas muito movimentadas como a Champs-Elysées, um mundo de turistas passa por ele, entretanto sem analisá-lo em profundidade, pois estão mais atraídos pela agitação e os prazeres da vida moderna. Apesar disso, eles são atraídos também por uma vaga ideia de que a velha Europa ainda existe.

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de novembro de 1965. Esta transcrição não passou pela revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Nº 819, Março/2019.