A Rainha: Um jovem súdito canadense se lembra…

  • Joseph Gensens*

Como um jovem canadense de uma cidade rural no norte de Ontário, a meio mundo distante da Rainha Elizabeth II, posso dizer que ela influenciou profundamente minha vida.

A Rainha representou todo um mundo de tradição e cerimônia que foi tão importante para mim, que crescia em um mundo que despreza cada vez mais tais coisas. Ela era uma âncora e sempre manteve a dignidade da monarquia.

Embora a Rainha não fosse de forma alguma perfeita e, às vezes, tomasse a posição errada sobre uma série de questões morais, ela representava ideais maiores do que ela mesma. Foram esses ideais que me ajudaram muito. Sem eles, minha vida não seria a mesma.

Uma rainha para o nosso tempo

Ela foi uma rainha para nossos tempos. Em um mundo cheio de incertezas e agitação, ela era uma rocha de estabilidade muito necessária.

Em 1947, a então princesa Elizabeth foi ao rádio para fazer uma promessa ao povo do Reino Unido e da Commonwealth. Ela prometeu: “Minha vida inteira, seja curta ou longa, será dedicada ao seu serviço “(1). Desde o dia em que se tornou rainha até o dia em que morreu, 70 anos depois, ela nunca voltou atrás em sua promessa.

Estátua equestre da Rainha Elizabeth II em Ottawa (Canadá)

Monarquia Britânica: Um eco da Idade Média

As tradições que a rainha Elizabeth II encarnou e manteve foram um eco da Idade Média, um tempo em que a sociedade era completamente centrada em Deus.

A monarquia da Grã-Bretanha está enraizada numa tradição de quase 1200 anos, desde o reinado do rei saxão Egbert.

Na verdade, a esplêndida cerimônia de coroação da monarquia britânica como a conhecemos hoje vem dos tempos de Guilherme, o Conquistador, que foi coroado rei em 1066. Assim, a cerimônia de coroação, que terá lugar para o novo Rei, Carlos III, é velha de quase 1000 anos!(2)

Durante esta antiga cerimônia de coroação, cheia de tradição católica, o monarca é investido dos dois símbolos da autoridade real: a esfera e o cetro.

A esfera tem uma Cruz no topo, que representa a autoridade que Cristo Rei tem sobre o mundo. Assim, o monarca, cuja autoridade vem de Deus, é chamado a sustentar essa ordem cristã.

O outro símbolo real é o cetro, encimado também por uma cruz, representa o poder temporal do monarca.(3)

Intitulada Rainha do Canadá, Elizabeth II usa a insígnia da Ordem do Canadá

Em busca do Maravilhoso

As cerimônias que ocorreram durante todo o reinado da Rainha e as que se seguiram à sua morte estão repletas de símbolos e rituais maravilhosos. Podemos e devemos buscar e admirar estas maravilhosas tradições, fruto da civilização cristã.

Uma dessas sublimes tradições foi a vigília diante do corpo da Rainha jacente na Catedral de São Giles, em Edimburgo, Escócia.

Trata-se de uma tradição conhecida como a Vigília dos Príncipes. Durante a vigília, o Rei, Carlos III, os outros filhos da Rainha e quatro membros da Companhia Real dos Arqueiros ficaram de guarda com as cabeças inclinadas, enquanto os enlutados súditos passavam. A cena foi um momento profundamente comovente.

É por isso que eu me lembro da Rainha. Lembro-me de todas as tradições e ideais que ela tão apropriadamente representava, e lamento sua morte.

Platinum Jubilee stamp (CNW Group/Canada Post)

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Notas

//apnews.com/article/queen-elizabeth-ii-remembrance-8013aa054b8d3dc0dbda80ebda2cea41#:~:text=LONDON%20(AP)%20%E2%80%94%20On%20her,be%20devoted%20to%20your%20service.%E2%80%9D

//www.worldhistory.org/article/1533/the-coronation-ceremony-of-the-british-monarchy/

//thecrownchronicles.co.uk/explanation/symbols-of-monarchy-sovereigns-orb-and-sceptre/

© 2022 The American TFP

https://www.tfp.org/the-queen-a-canadian-subject-remembers/#easy-footnote-1-74655

* Joseph Gensens, 23 anos, é membro da TFP norte-americana.