Tirana inglesa que perseguiu barbaramente os católicos. Figura muito desfavorável num traje precioso.
Plinio Corrêa de Oliveira
Não poderia ser mais antipática. Magra, esguia, com algo de parecido com o pai: os olhos. Em ponto feminino, é aquele mesmo olhinho pequeno e cruel, sem expressão de sentimento, nem de afeto, menos ainda de sobrenatural. Grande perseguidora dos católicos, ela foi o tormento do Papa São Pio V. Mandou matar a própria prima, Maria Stuart,** porque era católica.
Ela dá a impressão de uma mulher seca, que de um momento para outro saiu de uma lata de conserva vestida de rainha. A cor é a de um cadáver que tivesse aberto os olhos de repente e pintado os lábios. A testa é grande, tem-se a impressão de uma calvície precoce. Aliás, ela era careca, usava peruca que sustentava a coroa.
Não parece velha, mas tem da juventude a imaturidade, e da velhice, fanado. É o encontro desfavorável de todas as idades.
O traje de Elisabeth I é a expressão exagerada de algo que é bonito. Discutível é essa espécie de cachecol que envolve o queixo completamente, formando uma moldura muito esquisita para o rosto. O manto de arminho que ela usa é bem bonito, forrado preciosamente. Mas essa espécie de colete é esquisita. A figura dela é muito desfavorável. Não há quem consiga vestir bem uma múmia dessas.
A rainha segura na mão esquerda um globo, que representa o Poder, mas feio e não proporcionado à Cruz. No cetro, algumas pedras preciosas. Representava a monarquia comercial da Inglaterra, que estava se expandindo, e cuja manifestação de riqueza era o principal sinal identificador dela e do seu espírito. O colar recamado de pedras preciosas, à maneira de condecoração, faz um bonito efeito sobre a capa.
Essa é a grande tirana que perseguiu barbaramente os católicos de seu tempo.
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* Elisabeth I, filha de Henrique VIII. Rainha da Inglaterra e Irlanda de 1558 a 1603.
** Maria Stuart, Rainha da Escócia de 1542 a 1567.
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 8 de julho de 1972. Sem revisão do autor.