São Paulo – Sob os auspícios do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e das associações Devotos de Fátima e Apostolado do Sagrado Coração de Jesus, realizou-se no dia 11 de maio no Club Homs, nesta capital, uma conferência sobre o Centenário de Nossa Senhora de Fátima.
Com o auditório lotado, o evento iniciou-se com um pequeno cortejo conduzindo uma imagem d’Ela sob essa invocação, a qual foi coroada em seguida pelo Pe. Tarcísio Alexandre Marques em meio a cânticos e aclamações marianas.
Os palestrantes foram o Dr. Antônio Augusto Borelli Machado e o Pe. Renato da Silva Leite Filho, pároco da Igreja Santa Isabel de Portugal em Santo Amaro, bairro da capital paulista. O primeiro conferencista, consagrado fatimólogo, é autor do best-seller Fátima, conforme os manuscritos da Irmã Lúcia, que alcançou 260 edições em diversos países, totalizando aproximadamente 5.000.000 de exemplares. Ele tratou do tema “Por que o terceiro Segredo de Fátima não foi divulgado em 1960?”.
O público acompanhou atentamente toda a sua exposição. Citou, por exemplo, a resposta que o Cardeal Ratzinger deu à questão acima, em 26 de junho de 2000: “Em 1960 estávamos no limiar do Concílio, essa grande esperança de poder alcançar uma nova relação positiva entre o mundo e a Igreja, e também de abrir um pouco as portas fechadas do comunismo”.
O palestrante explicou que durante o Concílio Vaticano II os bispos conciliares pretendiam fazer um ralliement [acordo] com o mundo moderno e uma abertura da Igreja em relação à doutrina comunista. Justamente o comunismo que Nossa Senhora havia denunciado na segunda parte do segredo de Fátima: “A Rússia espalhará seus erros pelo mundo”.
O orador insistiu que não se deve fazer qualquer ralliement com o mundo moderno, pois este se encontra em estado de revolta contra Deus e as leis da Igreja.
Por sua vez, o Padre Renato Leite discorreu sobre o pedido de reparação feito pela Santíssima Virgem em 1917. Ele começou sua exposição citando o Apostolo São Paulo, que se dirigindo aos cristãos de Colossos (cidade da Ásia Menor) lembrava algo fundamental, presente na raiz das profecias de Nossa Senhora de Fátima e uma realidade para todo verdadeiro católico.
O sacerdote citou o seguinte trecho da carta aos Colossenses: “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja”. (1, 24). Observou ainda que Nossa Senhora de Fátima nos recorda que precisamos reparar junto com Nosso Senhor Jesus Cristo. Tanto na aparição do Anjo aos três pastorzinhos em 1916, quanto nas da Santíssima Virgem em 1917, pede-se sacrifícios em reparação pelos pecados cometidos contra Deus.
O Pe. Renato Leite constatou que boa parte dos cristãos não considera essa obrigação na vida cristã a que se refere São Paulo. Eles estão persuadidos, ao menos na prática, de que há pelo menos duas doutrinas cristãs, ou duas maneiras de interpretar a lei de Cristo: uma que aceita a abnegação e outra que se esforça por evitá-la sistematicamente. O cristianismo austero e crucificador, seria para poucas almas, para certas pessoas de caráter mais sombrio, ou seduzidas por um atrativo especial mais extravagante.
Nosso Senhor Jesus Cristo quis salvar o mundo com seu sofrimento, e nós estamos associados obrigatoriamente à sua missão, pela solidariedade com Ele na unidade do Corpo Místico, que é a Igreja. Estamos, por isso, associados à sua Paixão. E a Mãe de Deus apareceu em Fátima para nos recordar que devemos oferecer sacrifícios.
Coube ao Sr. Luis Dufaur [foto ao lado] — colaborador de Catolicismo e do site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, proferir as palavras de encerramento. Ele agradeceu aos conferencistas as excelentes e oportunas considerações e citou vários exemplos de erros que a Rússia difundiu pelo mundo, conforme fora previsto por Nossa Senhora em Fátima.
O ato terminou com sorteio de livros, terços, estampas e pequenas imagens de Nossa Senhora de Fátima, seguido de um coquetel em salão junto ao auditório.