
Em meio ao conjunto de crises que atualmente fustigam a Nação, abre contraste luminoso nossa situação agropecuária, em franco progresso em seus aspectos essenciais, de sorte a constituir hoje, segundo o consenso nacional, a coluna-mestra e a salvaguarda honrada e forte da economia nacional.
Isto faz compreender quanto é de se temer que uma Reforma Agrária radical, inspirada toda ela em cogitações preponderantemente ideológicas, e não em considerações concretas e práticas que tenham em vista a realidade dos serviços e das necessidades da agropecuária e do País, reforme nossa estrutura agropecuária (deforme, seria o termo exato) com o risco de ficar abatido assim o baluarte que resta da prosperidade nacional, e portanto o baluarte econômico mais válido do próprio Brasil.
Com efeito, a Reforma Agrária surpreende por ser toda ela concebida e redigida com as costas voltadas para a realidade histórica mais recente e ao mesmo tempo mais flagrante. Confere ao Estado atribuições com amplidão típica de uma ditadura stalinista, ou mais ou menos tanto, tornando-o detentor de poderes absolutos para pôr e dispor, segundo o arbítrio de seus mais altos órgãos, dos bens e da situação pessoal de todos os agricultores e pecuaristas do País.
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Excertos do artigo de Plinio Corrêa de Oliveira na revista Catolicismo, fevereiro/1993