A arquitetura barroca nos oferece um aspecto do Brasil de outrora, autêntico porque refletia a alma de nosso povo. Para tornar mais fácil a compreensão do assunto, daremos dois exemplos que bem caracterizam esse estilo: o convento e a igreja da Ordem Terceira do Carmo [fotos acima e abaixo] em Cachoeira, cidade do Recôncavo baiano, que aparecem na fotografia desta página.
Os materiais usados nesse estilo arquitetônico são os mais facilmente encontrados na região onde se situam, como as pedras, a madeira, o barro para reboco, areia; na ornamentação, ouro em abundância, prataria, pedras preciosas e azulejos finos com motivos bíblicos.
O Convento do Carmo
O Convento do Carmo foi fundado em 14 de março de 1688, destinado a ser mais tarde riquíssima obra de arte e monumento histórico de destaque, mas sua construção estendeu-se pelo século XVIII. As principais finalidades dos carmelitas lá estabelecidos foram a evangelização dos índios e o atendimento espiritual dos colonos da região do Recôncavo baiano. Ele foi construído em torno a um claustro interno, formado por quatro galerias e dividido em nove celas, dois salões amplos e outras dependências.
Além deste edifício existe ainda a Igreja do Convento, com uma decoração interna ricamente ornamentada. Devido às restrições impostas pelo Marquês de Pombal — pérfido ministro português do século XVIII — que muito prejudicaram a vida religiosa na metrópole e nas colônias, o Convento do Carmo foi utilizado pelo governo para diversas finalidades, como quartel, Câmara Municipal, Tribunal do Júri e Casa da Moeda, que o deterioraram enormemente, mas sem alterar seu estilo.
Igreja da Ordem Terceira
A Igreja da Ordem Terceira do Carmo, que se observa do lado direito da foto acima, foi construída no início do século XVIII, sendo um dos mais belos templos barrocos do Brasil.
A parte interna da nave principal é toda ornamentada com jacarandá entalhado, revestido de ouro e pintado com impressionante riqueza cromática, além de ostentar azulejos finíssimos nas paredes laterais. No altar principal, uma imagem de Nosso Senhor do Bonfim [foto ao lado], quase em tamanho natural, entre resplendores de ouro, faz desse nicho uma jóia sem par em nossa escultura religiosa barroca.
A fachada externa compõe-se de três partes, de épocas e estilos diferentes. Apesar disso, nada quebra a harmonia das severas linhas do edifício, onde o vazado das arcadas dá uma plácida sensação de leveza, equilibrando de maneira singela a densa fachada da igreja.
Impressão causada pelo conjunto: estilo simples mas elegante, unindo Convento e Igreja em perfeita harmonia; riqueza interna de arte em ouro, prataria e talha em madeira; uma nota de religiosidade e tradição barroca que evoca um passado glorioso.
Deus e as Pompas
Fala-se muito, hoje em dia, de um “triunfalismo” da Igreja, que se trata de mudar para a chamada Igreja “dos pobres”. Não há dúvida de que o barroco é um estilo triunfal, com seus altares e paredes ricamente ornamentados e refulgentes de ouro e de prata. Mas estariam nossos antepassados errados ao honrar deste modo a Deus, seus anjos e seus santos?
Vejamos os ensinamentos da Sagrada Escritura. No Monte Sinai Deus dá diretamente a Moisés instruções sobre a maneira de construir os santuários em que ele queria ser adorado. Os filhos de Israel deveriam trazer para isso as primícias. “E estas são as coisas que deveis receber: o ouro, e a prata, e cobre, jacinto e púrpura, escarlate tinto duas vezes e linho fino… e pau de cetim … pedras de ônix, e pedras preciosas, para adornar o efod e o racional. E far-me-ão um santuário, e Eu habitarei no meio deles” (Ex. 25,3-8).
Os homens do século XVIII, em meio à abundância da descoberta de ouro e pedras preciosas especialmente em terras americanas, ofereciam a Deus o que de melhor possuíam, para O honrar e servir. E o fizeram através do estilo barroco, característico desse brilhante período de nossa história, no qual se encontra uma luz que ainda nos pode indicar o caminho a retomar, com vistas ao futuro, ou seja, a restauração da civilização cristã.
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Obras consultadas:
- Valentin Calderón — “O Convento e a Ordem Terceira do Carmo de Cachoeira”, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1976.
- José de Azeredo Santos — “Igrejas de Minas do Século XVIII”, Catolicismo, Nº 173, maio/1965.
O Brasil é um organismo. Vivo, como qualquer pessoa. Enquanto país nasce, cresce, vai se desenvolvendo, torna-se adulto e vai deixando sua marca para a posteridade. É de conhecimento geral que pelo bem de seu próprio ser, de sua própria existência, o homem jamais deve deixar morrer a criança que existe dentro de si. E assim é este país: cresceu uma criança formada nos melhores ambientes, cercada de grandiosos exemplos: a construção de belas igrejas dedicadas a honrar e glorificar a Deus (ou mesmo a arquitetura doméstica, popular) com o espírito que dominava essa época da história (ou do desenvolvimento e formação da criança), é um desses aspectos fundamentais. Caso a realidade, a verdade fosse outra, a humanidade cristã, ou seja, a criança dos primórdios da Igreja Católica teria para sempre continuado nas catacumbas e não teria perdido tempo construindo objetos fúteis e complicados tipo Notre Dame, Saint Chapelle, a catedral de Colônia, a de São Patrício em Nova Iorque, Versailles, Chambord… Chamonix…. e o próprio Vaticano. Ou, em termos mais humildes, porém não menos significativos e grandiosos, as “igrejinhas” de nosso Brasil colonial, ou seja, Brasil criança. Para mim, o que se passa atualmente e, lamentavelmente, graças aos intensos esforços de eminentes representantes da igreja Católica, o Brasil adulto não apenas está matando a sua criança interior, como também está querendo deixar manchada de vermelho e negro a sua marca para o futuro (vermelho do comunismo e negro da falta de graça)…. e, como disse Nosso Senhor, ao apontar para uma criança que estava no meio daqueles que O interpelavam: “et advocans Iesus parvulum statuit eum in medio eorum et dixit: amen dico vobis: nisi conversi fueritis et efficiamini sicut parvuli non intrabitis in regnum caelorum. Quicumque ergo humiliaverit se sicut parvulus iste hic est maior in regno caelorum.“ Ou seja, se este país não se convencer de que deve se converter e voltar a ser como aquela criança, a criança que crescia e se formava em um ambiente de beleza, harmonia e riqueza, com vistas a conhecer, amar e servir a Deus, outra vez….. não entrará no Reino dos Céus (Sic. S. Mateus, XVIII, 1/6)….
As construções barrocas são belíssimas. Embaladas pela Reforma Católica demonstram a grandeza do espírito humano quando em sintonia com a nossa fé apostólica romana.
IN DEFENSIONE FIDEI
MUITO INTERESSANTE A PASSAGEM DO ARTIGO QUE MOSTRA OS ENSINAMENTOS DA SAGRADA
ESCRITURA ONDE NO MONTE SINAI O PRÓPRIO DEUS DÁ A MOISÉS INSTRUÇÕES SOBRE A MANEIRA DE CONSTRUIR OS SANTUÁRIOS EM QUE ELE QUERIA SER ADORADO. HOJE EM DIA É O CONTRÁRIO COM A IGREJA PROGRESSISTA MODERNA CADA VEZ MAIS LONGE DOS ENSINAMENTOS DIVINOS MUDANDO DOS NOSSOS ANTIGOS TEMPLOS BARROCOS DO BRASIL AUTÊNTICO PARA QUASE MODESTOS “ARMAZÉNS” A FIM DE ACOLHER O BOM POVO DE DEUS.
O barroco no Brasil foi dominante na maior parte do período colonial.
É o estilo artístico que floresceu no final do século XVI na Itália e espalhou-se pelos países católicos da Europa e das Américas distinguindo-se
pelo esplendor exuberante. Apareceu no Brasil em princípio do XVII trazido pelos missionários católicos, que vieram para cá civilizar e catequizar os índios e auxiliar na colonização do nosso pais. A arte barroca difundiu-se na escultura, pintura,arquitetura e urbanismo, literatura, música, interiores e
mobiliário.
Poderíamos escrever o título deste artigo de uma maneira mais ampla
“No Brasil barroco, um pais autêntico que se foi”. O exuberante estilo
barroco se espalhou por todas as partes do nosso território das grandes cidades aos menores rincões do interior de norte a sul leste a oeste.
Desde o século XVII por onde entrou o barroco veio para marcar uma época em nossa história de grandes construções tudo feito para durar séculos. Infelizmente não é o que se vê hoje em dia exemplo do que vem
acontecendo na capital federal Brasília onde os viadutos e vãos livres de concreto começam a desabar devido a infiltrações e desgastes pelo tempo em uma cidade inaugurada em 1960.