
- Armando Valladares
Em declarações ao retornar do Cazaquistão, o Papa Francisco defendeu o “diálogo” com as piores ditaduras do momento, como a China de Xi Jinping, a Rússia de Putin e a Nicarágua de Daniel Ortega. Em relação à China comunista, segundo o “Osservatore Romano”, Francisco teria dito textualmente:
“Não gosto de descrever a China como antidemocrática, porque é um país tão complexo, com seus próprios ritmos”. É assustador, para dizer o mínimo, essa tentativa pontifícia de não melindrar a ditadura chinesa alegando “ritmos” e “complexidades” desse nefasto regime anticristão.
A omissão pontifícia adquire especial gravidade se considerarmos que há poucos dias os ditadores da China e da Rússia formaram uma aliança para promover uma Nova Desordem Mundial, tentando empurrar o Ocidente ainda mais para o caos.
Se levarmos em conta que na próxima segunda-feira começa nos tribunais revolucionários de Hong Kong um novo julgamento do idoso Cardeal Zen, de 90 anos, que, apesar de uma vida de prisão e perseguição, se recusa a “diálogar” com o regime comunista.
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Armando Valladares, escritor, pintor e poeta, passou 22 anos nas prisões políticas de Cuba. É autor do best-seller “Contra toda a esperança”, onde narra o horror das prisões de Castro. Atualmente é presidente da Comissão de Direitos Humanos do Instituto Interamericano para a Democracia (IID). Ele foi o embaixador dos Estados Unidos na Comissão de Direitos Humanos da ONU sob as administrações Reagan e Bush. Ele escreveu vários artigos sobre a colaboração eclesiástica com o comunismo cubano e sobre a “ostpolitik” do Vaticano em relação a Cuba, incluindo os pontificados dos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco.