Preitos de devoção à Virgem Imaculada — “La Lavada de la plata”

  • Frank Seidl

Em 1562, Don Lorenzo de Cepeda trazia consigo uma imagem da Imaculada Conceição destinada ao Peru, fazendo uma parada no porto nicaraguense de El Realejo devido a intempéries, hospedando-se na pequena cidade de El Viejo.

Don Lorenzo embalou a imagem para prosseguir a seu destino. Sobreveio outra tempestade ao partir, obrigando-o a retornar àquele porto. O nobre cavaleiro interpretou o fato como um claro sinal de que a Virgem queria permanecer naquele lugar. Assim, o local passou a atrair fiéis de todas as partes, que para lá acorreram com grande devoção.

Em 1857, o Padre Giordano Carranza, tomado de grande fervor por Aquela que é a Causa de Nossa Alegria, como a invocamos na ladainha lauretana, num dia de festa e grande afluxo de devotos, seu coração transbordou de um entusiasmo contagiante, exclamando:

— QUEM CAUSA TANTA ALEGRIA?

— A CONCEIÇÃO DE MARIA! Responderam os fiéis.

E este brado passou a ser proclamado em todas as comemorações à Virgem Imaculada.

Também acrescentam:

— NICARÁGUA DE MARIA!  MARIA DE NICARÁGUA!

Com a implantação do regime comunista naquele país, muitos se viram obrigados a exilar-se.

Atualmente, vive em Miami uma considerável comunidade nicaraguense, desde religiosos, como S. Exa. Dom Silvio Báez, que é Bispo Auxiliar de Manágua, Mons. Rodrigo Urbina e muitos sacerdotes, além de grande número de fiéis.

Católicos fervorosos, trouxeram consigo o que tinham de mais precioso em sua pátria, a fé católica e a piedade mariana. Trouxeram também uma réplica da Virgem Imaculada.

As festividades se realizam no dia 8 de dezembro, dedicado à Imaculada Conceição.

Neste ano, pela primeira vez nos EUA, por iniciativa de Mons. Urbina, transportou-se para a nação americana outra tradição mariana, que já era única no país de origem: “La Lavada de la plata” (A lavada da prata).

Este ato de piedade consiste em lavar objetos de prata do culto mariano. Cada fiel se aproxima, com uma mecha de algodão, para limpar um quadro, um castiçal, ou outro utensílio sagrado, de prata. Um sinal simbólico e penitencial, como desejo de limpar a própria alma do pecado.

Na foto acima, vemos Mons. Rodrigo Urbina instalando a imagem da Virgem num oratório, que é uma cópia do original. Também um ícone de prata a ser polido pelos devotos.

O evento contou com a presença de aproximadamente 300 fiéis.