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Uma ilusão tropical

• Nelson Fragelli

Tanja Nijmeijer, jovem universitária holandesa, tinha se alistado na organização guerrilheira FARC, em 2002.

Foi para a Colômbia e desde então percorre florestas e pântanos, levando às costas pesadas mochilas, em companhia de guerrilheiros embrutecidos.

A degradação moral reinante entre eles é grande; alguns têm AIDs; é dura a vida, revela Tânia. E tudo isso ela suporta, sem gozar das vantagens reservadas apenas aos chefes. “Estou farta disto”, escreveu em seu diário, recentemente revelado na Alemanha.

Essa jovem experimenta agora o que revela Fernando Araújo, colombiano, depois de fugir das prisões das FARC, onde passou seis anos. “Há na Europa simpatia pela guerrilha em nosso país”, diz ele.

Essa simpatia tem origem no proselitismo feito nas universidades do Velho Mundo. “Jovens esquerdistas europeus em busca de aventura fazem-se ilusões a respeito das FARC”, continua Araújo. “Essa organização é bem conhecida pelas chantagens, rapto e assassinato de jovens, de lavradores e de prefeitos do interior do país. Até mesmo sacerdotes católicos não escapam à sua sanha homicida”.

Na prática ela é bem diferente do idealismo que alardeia. É o que agora constata, amargamente, Tânia em meio à floresta tropical, longe de sua confortável Europa.

(Cfr. “Frankfurter Allgemeine Zeitung”, 19-11-07).