Como Nosso Senhor Jesus Cristo nos advertiu, a morte virá de repente, como um ladrão, oculto e de noite (I Tes. 5, 2) e como nos ensina e reafirmamos no Símbolo dos Apóstolos: “Creio na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém”.
♦ Paulo Corrêa de Brito Filho
Em nossos dias impregnados de materialismo e ateísmo, procura-se evitar a lembrança da morte, embora seja ela a única coisa que nos acontecerá com absoluta certeza.
Causa-nos temor recordar essa verdade, a ponto de muitos evitarem passar pelo cemitério até mesmo por ocasião de algum enterro, e outros procuram eliminar os aspectos trágicos, pungentes e tristes da morte. Chega-se ao extremo de tornar festivos os ambientes dos funerais, parecidos a lugares para encontros sociais mundanos.
Contrapondo-se a essa tendência materialista, a Santa Igreja nos faz lembrar de uma vida eterna após a morte. Incentiva-nos a meditar os “novíssimos do homem” — morte, juízo final, céu e inferno — e aconselha: “Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás (Ecl. 7, 40).
Como mãe, a Igreja associa-se às nossas lágrimas e consola nossas dores na perda de um ente querido. Também nos incentiva a tributar todo respeito aos mortos, participar de funerais, sepultar dignamente os cadáveres, visitar as famílias enlutadas, rezar, oferecer sacrifícios e assistir à Missa em sufrágio das almas dos falecidos, para que sejam libertadas das penas do Purgatório e conduzidas ao Céu.
No dia de Finados, é especialmente louvável recordar as almas dos fiéis defuntos, de modo particular de nossos parentes e conhecidos, rezar por eles e visitar seus restos mortais nos cemitérios.
Para que nossos leitores possam medir quanto o mundo moderno se encontra distante de uma atitude varonil e católica perante o luto e a morte, a revista Catolicismo reproduz na edição de novembro um conjunto de oportunas considerações do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre o luto — os costumes tradicionais, as honras fúnebres, as manifestações e a concepção cristã de luto — e como esses valores vão sendo esquecidos e abandonados, devido ao conceito materialista de viver como se nunca fôssemos morrer. Como Jesus nos advertiu, a morte virá de repente, como um ladrão, oculto e de noite (I Tes. 5, 2).
Desejo aos prezados leitores uma proveitosa leitura de tal matéria, peço à Sagrada Família, Jesus, Maria e José, que nos conceda a todos a graça de uma boa morte. E peço também que aumente em nós a esperança da ressurreição, conforme nos ensina e reafirmamos no Símbolo dos Apóstolos: “Creio na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém”.
Amém.