Itamaraty, de fazenda-modelo a favela rural

Ponta Porã

Uma fazenda-modelo foi desapropriada e virou uma “favela rural”, mas ainda há negócios ligados à família de Olacyr de Moraes em Mato Grosso, estado em que ele obteve resultados expressivos no agronegócio e era visto como um “visionário”. O “rei da soja” morreu aos 84 anos no dia 16-6-15 em São Paulo.

“É uma propriedade de 70 mil hectares, arrendada para o Blairo Maggi [ex-governador e atual senador do PR], com soja e algodão. O agronegócio deve muito ao Olacyr, que acreditou ser possível plantar soja no Cerrado”, disse o presidente do Sindicato Rural de Tangará da Serra, Vanderlei Reck Junior.

Mas, se alguns negócios estão de pé, outros já deixaram de pertencer a Moraes, como a fazenda Itamaraty, em Ponta Porã (MS). Hoje praticamente nada mais lembra que ali, um dia, existiu uma das mais importantes propriedades do agronegócio brasileiro.

Com a derrocada econômica do empresário, a fazenda foi desapropriada pelo INCRA e transformada em assentamento. O local abriga cerca de 3.000 famílias, muitas delas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Antigos armazéns utilizados para guardar grãos apodreceram e a produtividade de outrora não faz mais parte do cotidiano.

“Para falar o português claro, a Itamaraty é uma favela rural. Não produz o que poderia e só 30% dos assentados sobrevivem da atividade”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, Jean Pierre Paes Martins.

Um comentário para "Itamaraty, de fazenda-modelo a favela rural"

  1. Mario Hecksher   16 de agosto de 2015 at 20:16

    Quando a fazenda Itamaraty era um modelo, tive oportunidade de visita-la e de constatar pessoalmente a sua prosperidade.
    Foi lamentável o que aconteceu. Mas nada nos espanta quando vem das mãos da esquerda tupiniquim.