Segundo notícia da Folha de São Paulo de 24 de novembro, dois irmãos, apesar de já formados em faculdade, resolveram seguir a tradição familiar e trabalhar como padeiros. Com um diferencial: eles entregam em casa.
Em 1914 seu bisavô chegou da Itália e abriu uma padaria no bairro da Mooca. Como era costume da época, fazia os pães bem cedinho e saía com eles numa charrete para entregá-los aos clientes.
Os jovens Guilherme e Gabriel Carillo começaram a trabalhar junto com o avô — que deu continuidade à tradição — e aprenderam todas as artimanhas da confecção do legítimo pão italiano.
Todos os dias, entregam os pães pelo bairro e arredores. Sabem dos gostos de cada freguês, por isso a entrega é personalizada: mais torrado, mais clarinho, grande, pequeno, recheado…
A São Paulo atual, assim como toda megalópole, é uma cidade massificada, agitada e comercial, onde as relações pessoais são cada vez mais raras. O comum são as grandes lojas, onde a pessoa só tem a opção de comprar o que está exposto.
Foi-se o tempo das pequenas mercearias onde o próprio dono ficava no caixa, do carrinho das frutas e verduras, do leiteiro, etc.
A notícia da qual falamos evoca um pouco aquela boa época, que infelizmente já não vivi, mas ouço dos meus antepassados. Onde tudo era mais tranquilo; sem drogas, imoralidade ou violência; os vizinhos se conheciam; e, principalmente, a religiosidade era bem maior…
Faço uma confidência: sinto saudades, muitas saudades, de uma época na qual, no entanto, não vivi. Parece meio contraditório, mas é o que sinto.
E você, caro leitor? Não sente a mesma coisa?
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Luís Felipe Escocard é colaborar da Agência Boa Imprensa (ABIM)