Morreu o Jacinto Flecha
Por ordem do “de repente”
Findou-se o bom combatente
Que aos maus o caminho fecha
Vedando-lhes qualquer brecha
Com pontaria inclemente.
Já sinto a falta marcante
Do autor que encômios merece
Em vida foi um gigante
Na ausência o seu vulto cresce.
Curou doenças agudas
& crônicas bem tratadas
Brandindo farpas rombudas
Cravando flechas afiadas.
Opondo exemplos de vida
Pegava o ímpio no pulo
Com classe o deixava fulo
De raiva atroz e incontida
Nunca perdendo a partida
Do bem nas lutas travadas.
Não tinha a empáfia orgulhosa
De doutos e luminares
Achava nos seus vagares
A forma destra, engenhosa
De emudecer o emplumado
Com dito bem contundente
Ou fato sempre adequado
Prostrava o tipo insolente
Vencido e envergonhado
Por ser do erro aderente.
Zombou da tecnologia
Que ilude e emburrece o incauto
Mostrou o escopo mais alto
Da luta, esforço e porfia
E exemplos de decadência
Em quem desdenha o trabalho
No ocioso desceu o malho
Sem malvadez ou leniência
Sabendo que a experiência
Quanto mais tenho, mais valho.
Sua prosódia ligeira
Aos maus não dava descanso
Num linguajar claro e manso
Causava até tremedeira
Ou pranto com piripaque.
Não tinha medo de claque
Comprada ou interesseira
Formou robusta memória
Esbordoando a escória
Com rija e nobre madeira.
Timbrando num belo estilo
Sem rusga, insulto ou jactância
Sorveu do nobre a elegância
Nutriu seus dons ao segui-lo.
Viveu os sonhos da infância
Amando o bem e a beleza
Jamais cedeu à impureza
Sentiu do mal a feiura
Hauriu notável cultura
Com fé, bom senso e constância.
Buscava em tudo a excelência
E a ordem na sociedade
Exímio na caridade
Tolhia a maledicência
O sujo, o torto, o malfeito.
Havia em seus argumentos
Fulgores da eternidade
Matriz de um mundo perfeito
Fundado em pleno direito
De Deus nos dez Mandamentos.
Fidalgo, leal, criativo
Fez jus à glória pós-morte
Negada enquanto era vivo
Pois sempre o seu braço forte
No embate lhes deu motivo.
Exultam com o desenlace
Julgando tê-lo abatido
Mas vendo a glória que nasce
Entoam bem escondido
Requiescamus in pace.
O Jacinto Flecha morreu mesmo ou é mais uma casquinha que ele tá tirando ods leitores? Eu não estou acreditando nesse anúncio fúnebre en forma de poesia. Me esclareça que estou ansiosa.
Qual a causa da morte do Jacinto Flecha? Ele morreu ou foi morto? Quem o matou ou quem o morreu? Eu também estou curioso em saber o que aconteceu.