Em torno da mesa, o requinte, fruto da Civilização e a degradação, fruto da Revolução.
Sacralidade, tradição e cultura
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Igualitarismo, ecologia, anticultura
✅ Fonte: Revista Catolicismo, Nº 884, Agosto/2023
É incontestável a importância das refeições na reunião familiar e na vida social, assim como na formação cultural e civilizatória de um povo. Além do regalo da boa comida, a mesa propicia a alegria de viver entre semelhantes e o deleite espiritual, uma vez que alimenta não apenas o corpo, mas também a alma. Ademais, a boa mesa ocasiona as boas prosas — infelizmente cada vez mais emudecidas pelo vício das TVs ligadas o tempo inteiro e dos onipresentes celulares & cia.
Em torno da mesa, do forno, do fogão, das caçarolas, de uma garrafa de vinho ou da simples cesta de pães, cria-se ambiente favorável à união da família. Trocando ideias com os filhos, os pais vão lhes transmitindo as tradições ancestrais, as regras de etiqueta e cortesia, a arte da conversa e das boas maneiras — por exemplo, a não mastigar com a boca aberta, a não falar com a boca cheia etc.
Os bons costumes adquiridos na infância permanecem por toda a vida: os filhos saberão se comportar bem quando convidados para um jantar ou banquete social; como receber convidados; exercer atividades diplomáticas, fazer ou restabelecer amizades, resolver problemas complicados, decidir questões importantes.
O Divino Mestre não somente nos ensinou que “Quando dois ou mais se reunirem em meu nome, Eu estarei no meio deles” (Mt 18, 20), como nos deu magnos exemplos relativos à sacralidade da mesa. Basta nos lembrarmos das Bodas de Caná, quando, a rogos de Maria, Ele operou seu primeiro milagre, transmutando a água em vinho — o melhor dos vinhos daquela celebração social —, ou da instituição da Sagrada Eucaristia, na Última Ceia com os Apóstolos na Quita-Feira Santa.
Em oposição às quintessências culinárias, surgem em nossos dias as imposições “gastronômicas” da Nova (des)Ordem Mundial, propostas pelos mentores da ecologia marxista e insufladas pela mídia da mesma corrente ideológica. Esta faz intensa propaganda das novas “proteínas do futuro” para “salvar a biodiversidade do planeta”: a ingestão (indigesta e nojenta) de larvas e coisas semelhantes.
Chamam de entomafagia o consumo de insetos — grilos, besouros, lagartas, gafanhotos, baratas, minhocas e outros vermes repugnantes. Com esse “cardápio”, segundo eles, se diminuiriam os gases do efeito estufa liberados pelos bovinos durante o processo de ruminação, evitando assim o “aquecimento global”, tão noticiado com fake-news e exagerado nos dados para causar pânico.
Trata-se de uma Revolução Cultural na gastronomia para impor coisas desvairadas, anticulturais e atentatórias ao bom gosto, cuja importância e acuidade de análise do colaborador da revista Catolicismo Nelson Ribeiro Fragelli levou a direção a colocá-la como matéria de capa da edição de agosto.