O leitor já deve ter ouvido falar em dadaísmo, ramo da arte moderna que busca a ruptura total com as formas de arte tradicionais. Portanto, um movimento com forte conteúdo anárquico, que pouco tem a ver com a verdadeira arte. Como tudo quanto costuma ser apresentado como moderno, ele vai afundando no esquecimento.
A figura acima constitui uma escultura dadaísta. Feita em 1921 e medindo 24 x18 cm, nela se podem ler, entrelaçadas, as palavras “eternité” e “Misia”. É uma homenagem à pianista polonesa Mísia Sert (1872-1950). Há ainda outras letras e figuras. A representação é de uma banalidade ululante.
Em 22 de abril último, essa escultura foi leiloada na França com valor inicial estimado entre 8 e 12 mil euros, mas acabou sendo rematada por 600 mil euros. Incluídos os diversos impostos e taxas, o adquirente pagou 761.460 euros, — aproximadamente 2 milhões e 245 mil reais! (cfr. “La Gazette Drouot”, 27-9-2013 – revista francesa especializada em leilões)
Faz parte do desvario do mundo moderno despender tal quantia para comprar uma figura tão medíocre como essa! Trata-se de uma concepção equivocada do que seja a arte, com o consequente desperdício de milhões de euros. Em nossos dias, banalidade custa caro.
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(*) Gregório Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
Apesar de morar fora do Brasil tenho acompanhado os artigos da ABIM pelos interessantes aspectos que sao abordados
De acordo, Gregório. Não sou espcialista em arte mas sempre entendi que o homem deve procurar o mais perfeito em todas as coisas. Assim, se alguem desenha uma máquina é para que ela atinja seu fim.
Se um arquiteto desenha uma casa é para o conforto dos moradores. Na pintura, na escultura, em todas as artes a finalidade é representar o belo. Espero que as novas gerações compreendam esse abismo da arte moderna e voltem a representar o belo, seria uma aplicação da parábola do Evangelho: “voltou o filho pródigo à casa paterna”. Marcos Costa.