Feira do Livro de Frankfurt

  • Jorge Saidl

Entre os dias 19 e 23 passados a cidade de Frankfurt promoveu a sua 74ª Feira Internacional do Livro — a Frankfurter Buchmesse.

O evento literário, que se realiza anualmente, é o maior do mundo no gênero e conta com representações de numerosos países e grande afluxo de público, tendo tido um recorde de 300 mil visitantes em 2019. Devido às severas restrições impostas a propósito da COVID, esse número caiu drasticamente para 71.500 em 2021. Em 2020 nem sequer se realizou. Neste ano subiu novamente — 180 mil visitantes — e o ambiente voltou a ter praticamente a mesma vitalidade dos anos anteriores.

Todos os anos a Frankfurter Buchmesse tem um país convidado de honra. Desta vez foi a Espanha, que contou no ato inaugural com a presença do casal real, bem como do presidente alemão Frank-Walter Steinmeier.

Muito destaque foi dado à Ucrânia, considerada como o segundo convidado especial. Ela se fez representar pela primeira dama, Olena Zelenska [à direita na foto] — cuja participação estava prevista para ser apenas online, mas ela esteve presente no sábado pela manhã e no final da tarde. Na manhã tratou-se do lançamento de um projeto de divulgação de livros bilíngues alemão-ucraniano para crianças refugiadas na Alemanha. No final da apresentação, Zelenska e a primeira dama da Alemanha [à esquerda na foto] entregaram exemplares da obra para alguns meninos e meninas fugidos da guerra, duas das quais vindas de Bucha, filhas de um oficial ferido em combate. “O antigo ritual de ler histórias antes de dormir traz às crianças o ambiente da sua terra e um sentimento de aconchego. É uma pequena tentativa de curar as feridas da guerra” — comentou a primeira-dama ucraniana.

Zelenska agradeceu ainda o apoio da Alemanha a seu país. Mais de 40 editoras da Ucrânia apresentaram seus livros em Frankfurt. Muitos de seus autores, como Yuri Andrukhovych e Andrey Kurkov, viajaram a Frankfurt em condições difíceis, passando mais de 30 horas dentro de um ônibus. Serhij Zhadan, autor ucraniano e atual detentor do prêmio da paz literário alemão, comentou que “mesmo na guerra a cultura deve ter voz”. Ao receber o referido prêmio, Zhadan descreveu os horrores da guerra e fez críticas àqueles que procuram induzir a Ucrânia à capitulação.

A DVCK e.V. — associação coirmã do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira — esteve pela 27ª vez presente na Frankfurter Buchmesse. Com boa visibilidade e apresentando várias obras literárias, a maior procura foi por temas religiosos. Isso é compreensível, pois diante das crises que sacodem o mundo contemporâneo muitos se dão conta de que a verdadeira solução só pode vir do Céu. Obras sobre a Mensagem de Fátima, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus despertaram especial interesse dos visitantes.