Uma solução para Jerusalém: a internacionalização da Cidade Santa

Capital de Israel

Paulo Roberto Campos

A respeito do post de ontem, intitulado A QUEM PERTENCE JERUSALÉM, recebi hoje de um colega — tarimbado, brilhante e arguto analista político — este e-mail:

“Li seu substancioso artigo na ABIM. Talvez valesse a pena um adendo. ‘Rebus sic stantibus’, creio seria ainda hoje a posição de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira”.

       Em vista do recente reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, de Jerusalém como capital oficial de Israel, vem muito a propósito o referido adendo, que é uma matéria da TFP publicada na revista Catolicismo (Nº 200 – Agosto de 1967). Ei-la:

CHANCELER INFORMA À TFP: BRASIL APÓIA A INTERNACIONALIZAÇÃO DE JERUSALÉM

Com data de 11 de junho (de 1967), a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade enviou telegrama ao Presidente Costa e Silva e ao Chanceler Magalhães Pinto, pedindo que o Brasil propusesse urgentemente, a todos os países latino-americanos, dar apoio conjunto à internacionalização de Jerusalém, segundo o desejo de Sua Santidade o Papa Paulo VI. É o seguinte o texto do despacho:

“Peço a Vossa Excelência que o Brasil proponha urgentemente a todas as nações da América Latina darem apoio conjunto à internacionalização de Jerusalém, desejada pelo Santo Padre Paulo VI.

Essa medida, já múltiplas vezes pedida em solenes Documentos do inolvidável Pio XII, constitui merecida homenagem à Cidade Sagrada, que ficará assim resguardada de futuros riscos.

Corresponde às tradições cristãs brasileiras, bem como a nossos foros de mais populosa das nações católicas, assumir essa simpática iniciativa, a qual será entusiasticamente aplaudida por todos os brasileiros.

Na antecipada certeza da favorável acolhida de Vossa Excelência, apresento cordiais e respeitosos cumprimentos.

Plinio Corrêa de Oliveira

Presidente do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade“.

 

Em resposta, o Ministro do Exterior telegrafou nestes termos, em data de 7 de julho (de 1967), ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“O Senhor Presidente da República encaminhou-me o telegrama pelo qual Vossa Senhoria solicita o apoio do Brasil à internacionalização de Jerusalém. Apraz-me informar a Vossa Senhoria que o Governo brasileiro tem defendido a tese de que Jerusalém deve ser colocada sob regime internacional permanente que propicie garantias especiais aos Lugares Santos, e nesse sentido expressei-me no discurso que pronunciei perante a Assembleia Geral de emergência das Nações Unidas.

Por outro lado, a Delegação brasileira patrocinou, juntamente com outros países latino-americanos, um projeto de resolução que, entre outros pontos, propõe a internacionalização da Cidade Santa, apoiando a posição da Santa Sé. Atenciosos cumprimentos.

José de Magalhães Pinto”.


(Fonte: http://catolicismo.com.br/Acervo/Num/0200/P08.html

2 comentários para "Uma solução para Jerusalém: a internacionalização da Cidade Santa"

  1. Alvaro Nunes   11 de dezembro de 2017 at 11:47

    Nao tinha imaginado a hipotese da internacionalizacao de Jerusalem como hipotese para a solucao dos conflitos entre arabes e judeus, mas parece ser realmente a boa solucao. Lamento que ja naquele ano de 1967 tal hipotese nao tenha sido efetivada. Mas nunca eh tarde. Gostei de ver este plano retirado da gaveta. Por que nao voltar a coloca-lo sobre a mesa de negociacoes? Gostei muito tambem de ver o estilo que se usava naquela decada. Tempos em que o Brasil ainda tinha um presidente digno do cargo e um chanceler que nos dava orgulho bem representando o Brasil no mundo inteiro. Hoje? Eh melhor nem falar, pois para isso antes precisaremos fechar os narizes!!

  2. Luiz Guilherme Winther de Castro   11 de dezembro de 2017 at 12:27

    A ideia é excelente, mas, é preciso mudar o coração das pessoas, para que deixem o fanatismo de lado e passem a conviver civilizadamente, cada uma no seu canto, ou seja, cada uma com suas crenças, religiões e respeito mútuo ao próximo.
    Aqui no Brasil não convivemos assim? Católicos, protestantes, crentes e religiosos de origem africana, indígenas, espíritas e talvez mais alguma coisa por aí, não convivem muito bem, cada um na sua? Posso não aceitar e até achar um absurdo algumas crenças e religiões, mas, respeito e não saio brigando com ninguém.
    Por exemplo, evangélicos para mim nada mais são que protestantes. Cultos ecumênicos em assuntos religiosos não aceito de forma alguma. Nem por isso vou discutir ou brigar com alguém. Apenas recuso-me a participar, declino de qualquer convite com educação e respeito.
    Faço até comentários sobre algo ou atitudes que não aceito nem mesmo dentro da minha Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, para mim, a única e verdadeira Igreja fundada por Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, mas, com critérios de educação e respeito, sem apelações, xingatórios e baixarias.
    Infelizmente, sabemos que pessoas de baixa cultura, baixo entendimento, de boa fé, puras de coração, ingênuas, são levadas a entrar de corpo e alma em determinadas igrejas e “religiões” pelo poder de convicção de seus dirigentes, treinados para serem vendedores de ilusões.
    Deus saberá cuidar destes últimos um dia.